03 abril, 2011

Vida de cursinho e seus fodalhões

Já tentei várias vezes explicar como funciona a vida no cursinho, nunca consegui. Não por que é algo complexo, mas o problema é com o gênio (termo usado com sarcasmo) que eu tentava argumentar; é o cara que sabe tudo sobre tudo, que nem aquele seu tio xarope que corta você no meio da frase e despenca um mar de asneiras que todo o resto vai concordar, mas se você contrariar você é chato. Daí não importa se você tem doutorado em química, almoçando com a família depois de ter ganho o Nobel, se tocarem no assunto o seu tio sabe mais que você! Lógico, ele já viu uma tabela periódica.

Esses animais brotam aos montes, como gambás, se esgueirando e alternando em universidades e mesas de bar.

Eu até entendo seus motivos. Querem atenção, sensação de se sentirem importantes ou úteis. Mas o que eu não entendo é esses seres vagando no cursinho! Atrás de seus cobiçados sonhos de cursar psicologia na UniNove ou as vezes nem isso, não buscam conhecimento ou uma auto reciclagem, se tornando mais do que animais, ignorantes.

No curso pré-vestibular você deve ter apenas um único foco para o ano inteiro. Entrar na faculdade. É como um treinamento intensivo para a maratona, todo dia praticando um pouco. Em teoria não é algo de outro mundo, nada tão diferente da escola, matérias a estudar, os livros para ler, e não há trabalhos ou provas, recuperação. Porém, tem um único ponto delirante que faz metade do cursinho esvaziar logo depois de julho.

O vestibular.

Não tanto a prova em si, mas o medo e incerteza que ela causa meses antes. O simples, doloroso e cruel fato de ser aplicado apenas uma vez ao ano. Se passou, passou... se não passou, se fu... só ano que vem agora.

Mais do que conhecimento, é necessário ter equilíbrio. Conheci muita gente que se desespera com os estudos, se forçando a estudar muito de forma intensa. E isso não é bom? Não. Não necessariamente. Isso é muito comum, excesso de informação, uma hora seu cérebro trava e daí não entra mais nada. Logo no 2º mês de cursinho tem o pessoal que não consegue mais estudar, já fritou o cérebro; depois disso, até voltar ao normal demora, o trem passou, está atrasado, estudos acumulados, não consegue mais acompanhar, e daí desiste.

A melhor dica é saber seus limites, buscar se aprimorar, sempre atrás de ser o melhor que você pode ser. Não importa os outros, não interessa seus concorrentes, seu único limitante é você mesmo.

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